
NASCE UMA LENDA

Mariah Carey nasceu em 27 de março de 1970 em Long Island, Nova Iorque. Seu pai, Alfred Roy, é descendente de afro-americanos e venezuelanos, enquanto sua mãe, Patricia, é descendente de irlandeses. O sobrenome Carey foi produto de uma mudança de nome feita por seu avô venezuelano, Francisco Nuñez, depois de emigrar para Nova Iorque. O pai de Patricia morreu quando ela era pequena; no entanto, ela herdou sua paixão pela música. Patricia desenvolveu uma carreira como cantora de ópera ocasional e treinadora vocal, e conheceu Alfred em 1960. Quando ele começou a ganhar a vida como um engenheiro aeronáutico, os dois se casaram e se mudaram para um pequeno subúrbio de Nova Iorque. Após o casamento, a família de Patricia começou a lhe destratar, devido ao seu casamento com um homem negro. Mariah explicou mais tarde que, enquanto crescia, ela sentiu a negligência de sua família materna, uma marca que lhe afetou muito.
Seu primeiro nome, Mariah, foi obtido a partir da canção "They Call The Wind Maria", originária do musical da Broadway "Paint Your Wagon" (1951). Quando Carey tinha três anos de idade, seus pais se divorciaram, devido à natureza cada vez mais extenuante de seu casamento.
Conforme os anos se passaram, Carey cresceu independente de seu pai, e mais tarde parou de vê-lo. Com quatro anos de idade, começou a ouvir rádio debaixo das cobertas durante a noite, e cantava com seu coração, tentando encontrar a paz na música. Durante o ensino fundamental, ela se destacou em assuntos que gostava, como música, arte e literatura. Após vários anos de dificuldades financeiras, Patricia ganhou dinheiro suficiente para levar a sua família em um setor mais estável, ainda em Nova Iorque. Carey começou a escrever poemas e melodias, começando a ser cantora enquanto cursava o ensino médio na escola Harborfields, situada em Greenlawn, Nova Iorque. Mesmo jovem, Carey se destacou em sua música, e demonstrou o uso do whistle register, embora tenha começado a dominá-lo apenas com o treinamento feito com sua mãe. Apesar de ter introduzido sua filha ao mundo da ópera clássica, Patricia nunca a pressionou para seguir uma carreira no gênero, já que Mariah nunca pareceu interessada. Carey manteve o trabalho de cantora em segredo e observou que Patricia nunca tinha sido uma mãe insistente: "Ela nunca me disse: 'dê uma sensação mais de ópera'. Eu respeito a ópera como louca, mas isso não me influenciou".
Enquanto cursava o ensino médio, Carey desenvolveu um relacionamento com Gavin Christopher, com quem ela dividia suas aspirações musicais. A dupla de composição precisava de um assistente que poderia tocar teclado. Carey observou: "Nós chamamos alguém e ele não podia vir, e por acaso, nós tropeçamos em Ben [Margulies]. Ben veio para o estúdio, e ele realmente não tocava o teclado muito bem — ele era realmente mais [parecido com] um baterista —, mas depois daquele dia, mantivemos contato, e nós meio que nos encontramos como escritores". Carey e Christopher começaram a escrever e a compor músicas no porão da loja do pai dele durante o ano da educação sênior da cantora. Depois de compor sua primeira música juntos, "Here We Go Round Again", cuja faixa a artista descreveu que possuía um estilo da Motown, eles continuaram a escrever material para uma fita de demonstração completa.
Ela começou a viver em um pequeno apartamento em Manhattan, que ela dividia com outras quatro estudantes. Durante este período, Mariah trabalhou como garçonete em vários restaurantes, sendo demitida após cerca de duas semanas. Enquanto precisava trabalhar para pagar o aluguel do local, a mente e o esforço de Carey ainda permaneciam com suas ambições musicais, ao passo em que ela continuava a trabalhar até tarde da noite com Margulies, na esperança de completar uma fita que poderia ser enviada aos executivos da gravadora. Após completar a fita com quatro canções, Carey tentou enviá-la para diversas gravadoras, que a rejeitaram. Pouco tempo depois, ela foi apresentada à cantora Brenda K. Starr.
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Conforme a amizade entre Carey e Starr crescia, Starr se interessava ainda mais em ajudar Carey a ter sucesso na indústria musical. Em uma noite de sexta-feira de dezembro de 1988, Carey até então com 18 anos, acompanhou Starr em uma noite de gala de executivos de gravadoras, onde Starr entregou a fita demonstrativa de Carey para Tommy Mottola — o então diretor executivo da Columbia Records e da Sony Music Entertainment —, que a ouviu enquanto voltava para casa. Após escutar as duas primeiras canções da fita, ele se encantou com o som e a qualidade da voz de Carey e decidiu voltar para o evento, mas descobriu que ela havia saído de lá. No que foi amplamente descrito por críticos como um "conto moderno como o da Cinderela", Mottola procurou por Carey durante duas semanas, e finalmente entrou em contato com ela através da gestão de Starr; ele imediatamente a contratou na Columbia e começou a planejar sua estreia na música mainstream. Enquanto ela afirmou que queria continuar trabalhando com Margulies, Mottola contatou os maiores produtores da época, incluindo Ric Wake, Narada Michael Walden e Rhett Lawrence. Mottola e os funcionários da Columbia planejaram Carey para o mercado musical como a principal artista pop feminina em sua lista, concorrendo com nomes como Whitney Houston e Madonna, que haviam assinado contrato com a Arista e a Sire Records, respectivamente. Após a conclusão de seu álbum de estreia autointitulado, a Columbia gastou mais de US$ 1.000.000 para divulgá-lo. Apesar de suas vendas terem sido inicialmente fracas, o álbum conseguiu atingir o topo da Billboard 200 após a aparição de Carey no Grammy Awards de 1991. "Mariah Carey" culminou a tabela durante onze semanas consecutivas e rendeu a Carey as condecorações de Best New Artist e Best Female Pop Vocal Performance, ambas entregues para o seu single de estreia "Vision of Love". O trabalho rendeu mais três singles #1 na Billboard Hot 100, após "Vision of Love" permanecer durante quatro semanas consecutivas no topo da tabela. Tal êxito tornou Carey a primeira artista desde os The Jackson 5 a conquistar o topo da tabela com os quatro primeiros singles de sua carreira. O trabalho foi o mais vendido nos Estados Unidos no ano de 1991, e comercializou mais de 17 milhões de unidades mundialmente.